terça-feira, abril 26, 2011

Madrugada...








Madrugada...


Quem me dera saber nas madrugadas perdidas
dos pensamentos que viajam sem nunca parar pra descanso.
Sou irmã da lua, na busca que antecede as vibrações do sol.
Tenho uma coleção de questões que parecem nunca encontrar respostas óbvias, mas casualmente são mostradas em nuvens de palavras que assombram meus fantasmas.
Fico tentando pescar entendimento num poema sem voz,
que insiste em navegar minha alma, levando meus sonhos tão distante.
Vejo teu sorriso no espelho da água que corre dos meus olhos
e sinto um calafrio medonho...quase que mortal !
A madrugada não é feita de canções, nem de cores.
Seria de paz e de calma, se houvesse calma, se houvesse paz...
Mas a tempestade de anseios não permite que o alento se aproxime
e as águas que escorrem sem destino, arrancam de mim as flores
antes mesmo que eu termine de as plantar...

Vou esperar outro sol, ver chegar uma nova lua
para saber esperançar numa nova madrugada...




Charlyane Mirielle





...

domingo, abril 24, 2011

Autor desconhecido


...


Eu não sabia desse poema antigo,
não conheci o autor
não pude ser seu amigo
mas chorei com sua dor,

Não pude ver seu olhar,
Não senti o suor de sua mão
Não sonhei com seu sonhar
mas amei com seu coração.

Seu poema de amor, exposto,
com destino indefinido
Poeta sem nome, sem rosto,
um autor desconhecido...


Charlyane Mirielle

quarta-feira, abril 20, 2011

Enquanto a vida corria

Enquanto a vida corria...



Enquanto você me olhava
A noite adormecia
A lua, muda, chorava
querendo ser poesia

A saudade despertava
pensando ser poesia.
E a lua, muda, me olhava
Enquanto você dormia.

E eu, muda, chorava
num resto de poesia
Enquanto a lua sonhava
e a noite virava dia...




Charlyane Mirielle

domingo, abril 10, 2011

Escuro...

Por onde os caminhos me levam, nem sempre contemplo o horizonte limpo,
mas sigo esperando encontrar chuva.
Há sempre um pouco de mim perto da tristeza.
Há sempre um tanto de mim na saudade.
Tento me ausentar, mas continuo alí sentindo tudo,
vivendo intensamente essa imagem cruel na minha poesia.
Não espero entendimento de quem se aproxima,
não quero compreensão de quem me vê.
Mas, um abraço alheio eu desejo, um estender de mão eu necessito
e clamo por isso do fundo da minha alma.
É mais forte que eu essa dor e isso não quer dizer que seja minha,
nem que eu mesma tenha causado,
ela simplesmente se apossa do meu sorriso fraco
e eu não consigo evitar...
Por isso as letras cheias de lágrimas, por isso a poesia feia
de quem quer mostrar o arco-iris, mas a noite não permite.

Te amo vida, embora não pareça !


Charlyane Mirielle